A primeira coisa que faço todos os dias quando acordo é ligar a televisão na SIC Notícias. Gosto de saber o que se passa no meu país e no resto do mundo. Hoje, quando liguei o dito aparelho, estava a começar um programa chamado Opinião Pública. O tema era o aniversário do 11 de Setembro e, como entrada, passaram uma reportagem com os momentos chave do que aconteceu naquele dia. A montagem fez-me recordar a violência atroz dos atentados, a tragédia das mortes provocadas, os suicídios, a coragem das equipas de salvamento e o drama de familiares e amigos das vítimas. O comentador de serviço (Nuno Rogeiro) foi respondendo a umas perguntas de circunstância da apresentadora do programa enquanto não chegavam as primeiras chamadas. E lá começaram a chegar. Domésticas, camionistas e pasteleiros emigrados na Suiça trataram de emitir uma série de barbaridades que só não me espantaram porque, infelizmente, já estou habituado a ouvi-las. Ver a cara do Nuno Rogeiro a ouvi-los deu-me particular gozo. Não houve uma única opinião que fosse, ao menos, expressa em português mínimamente correcto. Isto sem falar das opiniões propriamente ditas. Mas aqui, cada um pensa (a maior parte não pensa) no que diz e ponto. É a liberdade de expressão que tanto prezamos. O que não consigo compreender é qual será o interesse de ter uma cambada de energúmenos a debitar barbaridades sobre um assunto demasiado sério. Não será pelas audiências ou pelo dever de informação. E já agora, que tipo de gente é que se lembra de ligar para estes programas? Se calhar está aqui um bom tema para o próximo...
Um blog de Joaquim Gagliardini Graça
sexta-feira, setembro 10, 2004
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