Um blog de Joaquim Gagliardini Graça

quinta-feira, julho 21, 2005

Despesismo (Aparelho) 1 - 0 Austeridade (Independentes)

Pontos a favor de Campos e Cunha:

- Era contra os investimentos no TGV e no aeroporto da OTA;
- Sabia que são absolutamente necessários novos cortes na despesa.

Pontos contra Campos e Cunha:

- Alinhou no discurso de Sócrates relativamente à ignorância do grave estado das contas públicas;
- Exigiu sacrifícios não se importando com a sua reforma milionária;
- Abdicou, contra a sua vontade e por imposição expressa do PM, de dois terços da dita reforma apenas depois da opinião pública ter tido conhecimento do caso;
- Aumentou os impostos estrangulando de vez uma economia já debilitada;
- Não teve coragem ou força dentro do Governo para cortar a eito na despesa, sendo ambíguo em certos casos como as SCUT;
- Enganou-se nas contas do Orçamento Rectificativo;
- Achava inevitáveis novos aumentos de impostos após as eleições autárquicas;

O ex-Ministro da Finanças sai derrotado em toda a linha pelo aparelho do PS.

Perde com Mário Lino no que diz respeito ao plano de investimentos do Governo. Este não faz ideia de quanto irá custar o novo aeroporto da Ota mas sabe que há demasiados interesses ligados ao PS para que este não aconteça. Só assim se justificam as mentiras que tem vindo a proferir acerca deste assunto, com realce para o novo argumento do excesso de ruído do aeroporto da Portela.

Perde com Jorge Coelho quando prejudica a campanha autárquica do PS anunciando novos impostos.

É substituído por Fernando Teixeira dos Santos, antigo secretário de Estado das Finanças e do Tesouro, nos Governos de António Guterres, um homem do aparelho com experiência despesista comprovada.

Ao sair do Governo recupera parte do seu prestígio e, mais importante que tudo e principal razão da sua saída, volta a receber por inteiro a reforma do banco de Portugal e o ordenado da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa.

No meio disto tudo o Presidente da República cala e consente, sendo este silêncio compreensível pois a demissão de um Ministro das Finanças é bem menos grave que a de um Ministro do Desporto, da Juventude e da Reabilitação.

Sem comentários: