Activistas da Greenpeace e da Quercus acorrentam-se uns aos outros e bloqueiam a entrada da Vicaima. Protestam contra o uso de árvores provenientes da Amazónia. A GNR está presente e acompanha o acontecimento. Chega um carro em alta velocidade que quase esmaga uma das activistas contra as grades. Do interior da viatura sai o dono da fábrica que prontamente começa a insultar os activistas e imprensa presentes, agredindo pelo meio o repórter de imagem da SIC.
Este pede para a GNR identificar quem o agrediu. Nada acontece. Meia dúzia de energúmenos capangas protegem o senhor de cabelos grisalhos, dando-lhe pancadinhas nas costas e mandando os repórteres trabalhar. A GNR nega ter visto qualquer agressão. O repórter de imagem e a SIC processam o empresário.
É um facto que se continua a proceder ao abate ilegal de árvores na Amazónia. Não sei se a Vicaima faz uso destas na sua produção. Não compreendo, no entanto, como se pode deixar bloquear a entrada de uma fábrica impunemente. O patrão da empresa comporta-se como um senhor feudal mandando em tudo e todos (GNR incluída). A empresa exige 10 (???) milhões de euros aos protestantes pelo prejuízo causado pela perda de uma manhã de trabalho.
O discurso do "vão mas é trabalhar" é figura típica sempre que algo de mal se passa e um reflexo da mentalidade daquela gente. Valerá a pena explicar-lhes, um dia, que fora do feudo também se trabalha.
Um blog de Joaquim Gagliardini Graça
quarta-feira, março 30, 2005
Vale de Cambra, Portugal, 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário