Escreve JCD no seu Jaquinzinhos que Portugal é uma terra de 8 ou 80 no que diz respeito à oferta de empreendimentos turísticos. Que se constrói em demasia onde se pode, compensando onde não se pode. Elucida esta ideia com o exemplo de um empreendimento espanhol perto de Vila Real de Santo António, contestado por ambientalistas e comprado na sua grande parte por portugueses.
Compreenda-se um aspecto essencial: os portugueses compram em Espanha aquilo que os espanhóis não querem. A falta de qualidade da oferta na costa de Huelva é a grande razão pela qual está infestada de portugueses. Apesar de não conhecer o empreendimento em causa, não é difícil aceitar que seja melhor do que o que se faz em Portugal. Os preços são mais baratos e quem constrói desta maneira fá-lo com o mercado português em vista. Os espanhóis já exigem outro tipo de qualidade.
O pandemónio urbanístico português resulta, essencialmente, da falta de amor que sentimos pelo nosso país e pela nossa terra. São pessoas eleitas por nós que conseguem transformar pacatas vilas em selvas de pedra.
Quanto ao meio termo, não há nem pode haver. Ou se proíbe completamente ou aparece alguém que inventa uma maneira de dar a volta ao PDM, ao POOC ou qualquer outra legislação para construir o que lhe apetecer. Apesar de tudo, mais vale apostar na reformulação dos pólos turísticos existentes do que estar a construir novos e destruir o pouco de bom que ainda temos. Os espanhóis, como se pode ver em Benidorm, já o começaram a fazer...
Um blog de Joaquim Gagliardini Graça
terça-feira, março 29, 2005
Qualidade no urbanismo
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