Activistas da Greenpeace e da Quercus acorrentam-se uns aos outros e bloqueiam a entrada da Vicaima. Protestam contra o uso de árvores provenientes da Amazónia. A GNR está presente e acompanha o acontecimento. Chega um carro em alta velocidade que quase esmaga uma das activistas contra as grades. Do interior da viatura sai o dono da fábrica que prontamente começa a insultar os activistas e imprensa presentes, agredindo pelo meio o repórter de imagem da SIC.
Este pede para a GNR identificar quem o agrediu. Nada acontece. Meia dúzia de energúmenos capangas protegem o senhor de cabelos grisalhos, dando-lhe pancadinhas nas costas e mandando os repórteres trabalhar. A GNR nega ter visto qualquer agressão. O repórter de imagem e a SIC processam o empresário.
É um facto que se continua a proceder ao abate ilegal de árvores na Amazónia. Não sei se a Vicaima faz uso destas na sua produção. Não compreendo, no entanto, como se pode deixar bloquear a entrada de uma fábrica impunemente. O patrão da empresa comporta-se como um senhor feudal mandando em tudo e todos (GNR incluída). A empresa exige 10 (???) milhões de euros aos protestantes pelo prejuízo causado pela perda de uma manhã de trabalho.
O discurso do "vão mas é trabalhar" é figura típica sempre que algo de mal se passa e um reflexo da mentalidade daquela gente. Valerá a pena explicar-lhes, um dia, que fora do feudo também se trabalha.
Um blog de Joaquim Gagliardini Graça
quarta-feira, março 30, 2005
Vale de Cambra, Portugal, 2005
Anda tudo tão preocupado com tsunamis
terça-feira, março 29, 2005
Qualidade no urbanismo
Escreve JCD no seu Jaquinzinhos que Portugal é uma terra de 8 ou 80 no que diz respeito à oferta de empreendimentos turísticos. Que se constrói em demasia onde se pode, compensando onde não se pode. Elucida esta ideia com o exemplo de um empreendimento espanhol perto de Vila Real de Santo António, contestado por ambientalistas e comprado na sua grande parte por portugueses.
Compreenda-se um aspecto essencial: os portugueses compram em Espanha aquilo que os espanhóis não querem. A falta de qualidade da oferta na costa de Huelva é a grande razão pela qual está infestada de portugueses. Apesar de não conhecer o empreendimento em causa, não é difícil aceitar que seja melhor do que o que se faz em Portugal. Os preços são mais baratos e quem constrói desta maneira fá-lo com o mercado português em vista. Os espanhóis já exigem outro tipo de qualidade.
O pandemónio urbanístico português resulta, essencialmente, da falta de amor que sentimos pelo nosso país e pela nossa terra. São pessoas eleitas por nós que conseguem transformar pacatas vilas em selvas de pedra.
Quanto ao meio termo, não há nem pode haver. Ou se proíbe completamente ou aparece alguém que inventa uma maneira de dar a volta ao PDM, ao POOC ou qualquer outra legislação para construir o que lhe apetecer. Apesar de tudo, mais vale apostar na reformulação dos pólos turísticos existentes do que estar a construir novos e destruir o pouco de bom que ainda temos. Os espanhóis, como se pode ver em Benidorm, já o começaram a fazer...
quinta-feira, março 24, 2005
Spaceballs
Enquanto não chega o Episode III Revenge of the Sith a malta vai-se rindo um bom bocado com este...
posted by Bekx
quarta-feira, março 23, 2005
Discurso da tanga
"Eu nunca comparei o presidente americano a Hitler, Mussolini ou Franco. Aliás desafio o Sr. Deputado a mostrar o texto, cassete de rádio ou televisão onde essas afirmações aparecem." Foi esta a resposta de Freitas do Amaral ao repto lançado por Marques Guedes no debate parlamentar sobre o programa do governo.
Marques Guedes lê uma citação dum livro escrito pelo Professor.
À saída do hemiciclo, Freitas do Amaral volta à carga para dizer "o que estes senhores têm é inveja e sentem-se esmagados por não pertencerem a um governo de maioria absoluta com pessoas da minha qualidade!".
Ainda há quem confunda inveja com vergonha...
segunda-feira, março 21, 2005
sexta-feira, março 18, 2005
Impostos sobem...não sobem...sobem...
Seria este o tratamento dado, no tempo de Santana Lopes, a tal contraditório entre o Ministro das Finanças e o Primeiro-Ministro?
A única explicação parece advir do novo facto de ser o Governador do Banco de Portugal a delinear e executar a política fiscal.
quarta-feira, março 16, 2005
O regresso
Compreendo que não se goste de alguém. Que se discorde das suas decisões, da sua maneira de fazer política ou dos valores que representa. É o que sinto, por exemplo, por Francisco Louçã e toda a esquerda caviar que o acompanha num projecto demagógico que tem como objectivo único permanecer eternamente na oposição. Para o BE, poder é sinónimo de morte política.
Não posso, no entanto, achar admissíveis o ataque pessoal puro e duro e a ofensa gratuita.
O post do Daniel Oliveira relativo ao regresso de Santana Lopes elucida bem estas atitudes. Entre outros mimos destacam-se "...Santana não tem um pingo de vergonha na cara...", "...mimado e absolutamente inútil", " indigno de dirigir uma cidade...".
Por muito que custe ao Daniel quando diz "...se queria regressar, não se candidatava a deputado e a primeiro-ministro...", PSL foi eleito democraticamente. O povo deu-lhe o direito e o dever de governar Lisboa. O facto de suspender o seu mandato para assumir outras funções (mesmo não partindo da sua vontade) está previsto na lei e não lhe retira qualquer legitimidade. O mesmo aconteceu com Carmona Rodrigues (agora defendido por DO) e com Jorge Sampaio. O regresso ao cargo suspenso é determinado, de forma automática, por lei. Estranho seria não regressar. Neste caso viriam as acusações de cobardia e incapacidade de terminar mandatos, entre outras. Já agora, é ou não verdade que a deputada Ana Drago vai ser a candidata do BE à CML?
segunda-feira, março 14, 2005
A confidencialidade
na formação do novo governo revelou, às claras e em plena harmonia com nuestros hermanos, o golpe de estado mediático de que a direita foi vítima.
quinta-feira, março 10, 2005
Para um mundo melhor
As análises de Vital Moreira (VM) reflectem, cada vez mais, uma parcialidade exacerbada. Não se pode pedir imparcialidade pois o marcar de uma posição é a génese do processo opinativo. Pode-se, no entanto, exigir honestidade intelectual, sendo que neste post, a ausência é notória.
Começa VM por referir que as armas nucleares são imorais e ilegais. A ilegalidade destas é pouco relevante para a minha análise, além de que não tenho a pretensão de discutir leis com quem faz delas a sua vida.
Já em relação à imoralidade o assunto é outro. Discuto a moralidade de qualquer arma, seja nuclear, química, biológica ou convencional.
As armas nucleares serviram para acabar com uma guerra. Também foram utilizadas como um meio de assegurar a paz durante quarenta anos de guerra fria (pelo menos no que respeita ao confronto directo entre as duas maiores potências mundiais da altura).
Visto que os Estados que assinaram o Tratado De Não-Proliferação Nuclear em 1970 nunca o cumpriram devido à guerra fria, compreende-se que, com o desaparecimento da mesma e mantendo-se os pressupostos originais, houvesse realmente condições para se avançar para a sua concretização. Há cinco anos foi, finalmente, possível alcançar um compromisso e Kofi Annan rejubilou.
Em Abril deste ano terá lugar a Conferência de Estados Parte para Revisão do Tratado. Diz VM que o panorama é assustadoramente diferente. Concordo. Onde não concordo é na parte em que acha que a proliferação de armas nucleares em Estados terroristas e ditaduras, nomeadamente os casos do Irão e da Coreia do Norte, seja apenas culpa dos Estados Unidos ou, como diz “dos Estados Unidos e outros Estados...” nunca especificando quem são os outros. É que o problema, como sabe e não admite VM, está nesses "outros Estados", nomeadamente num ali para os lados do Leste, que assinou o Tratado mas que não tem meios para garantir a segurança das suas instalações e segredos nucleares. Também outros Estados que nunca assinaram o Tratado contribuem para o tráfico de informação e material nuclear. Culpe-se também a Internet pela facilidade e velocidade com que a informação hoje viaja.
Todos sabemos que há ditaduras e estados que apoiam o terrorismo que estão em vias de possuir (se não as possuem já) armas nucleares. Também não é difícil compreender que não é através de negociações que se vai impedir que as obtenham. A demagogia de uma certa Europa em relação ao processo de negociação com terroristas e ditadores não deixa de ser a principal causa para a perda de credibilidade desta e, consequentemente, da ONU. Também sabemos que a grande fatia da luta no terreno contra o tráfico de informação e material que permita a construção de armas nucleares é feita pelos Estados Unidos. Também no plano das negociações, é visível o esforço inglório dos americanos no caso da Coreia do Norte em que milhões de dólares e muita ajuda humanitária não foram suficientes para travar a fúria belicista do regime.
É muito difícil, para não dizer impossível, impedir a proliferação de armas nucleares. As potências que assinaram o Tratado sabem-no melhor que ninguém. Sonha VM com esforços multilaterais, resoluções da ONU e eliminação de stocks de urânio enriquecido, entre outros. Também eu sonho com o dia em que o mal acabe e que não sejam necessárias armas de qualquer espécie. Não posso, no entanto, viver em função desse sonho pois sei que nunca se irá concretizar. Veja-se a vontade, transmitida pela Rússia a Donald Rumsfeld, de abandonar o INF (tratado sobre Forças Nucleares de Alcance Intermédio)em Janeiro último. Apesar de ter voltado atrás, a intenção estava lá. Nesta conjuntura, abdicar das armas nucleares não é um objectivo plausível.
Reconheço a tristeza da situação, mas será um suicídio pensar o contrário.
quarta-feira, março 09, 2005
terça-feira, março 08, 2005
Dia Internacional da Mulher
Milan vs Manchester United
Espero ter a cerveja gelada e os aperitivos prontos às 19:45!!
segunda-feira, março 07, 2005
O circo está de volta II
Como aceder: escrever um artigo num pasquim semanal
Como quem não quer a coisa, vou começar a enviar artigos para a "Dica da Semana".
sexta-feira, março 04, 2005
quarta-feira, março 02, 2005
Gato Fedorento ao vivo
Ontem, na festa de apresentação da nova agência de publicidade Norma Jean (no Hard Rock Café) estes gajos brindaram-nos com uma actuação estóica, digna de verdadeiros heróis.
É que no meio do pseudo (ou não tão pseudo como isso, já não sei bem) jet-set houve quem não conseguisse fechar a boca podre durante toda a actuação. Actores (??) de novelas, modelos de roupa da feira da Malveira, empresários ou pseudo-empresários da noite, meninas que fazem colunas sociais no 24 horas, relações públicas de discotecas duvidosas (ou duvidosos relações públicas de discotecas) e saloiada em geral não se rogaram em ver quem fazia mais barulho.
No final, o RAP agradeceu realçando que o café ali devia ser óptimo pois não parou de se ouvir o moínho...
PS: Também se viu gente normal, mas não muita...
A malta paga
Já entrou em vigor o novo tarifário das auto-estradas em que os monovolumes passam a pagar como classe 1.
A medida até seria de aplaudir, não fosse o facto das concessionárias compensarem esta perda de receita com aumentos nas restantes classes. Por aqui se compreende os aumentos de mais de 7% em muitos dos troços.
No entanto, o processo é de tal maneira complicado que para se conseguir certificar um monovolume como classe 1 tem que se possuir uma declaração passada pelo Instituto Português da Qualidade (IPQ) certificando que o veículo cumpre os requisitos exigidos sendo ainda obrigatório o uso da via verde.
A chamada do IPQ deve-se, segundo as concessionárias, a listagens pouco rigorosas fornecidas pela DGV, onde chegam a vir incluídos certos modelos de camiões como monovolumes...