Tem andado por aí uma discussão acerca da qualidade dos nossos empresários e dos nossos políticos.
O indignado João Miranda argumenta, entre muitas outras coisas, que "os privados só podem fazer aquilo que o estado os deixa fazer".
O que me atormenta (se é que chega a tanto) nesta questão é a separação clara que se faz entre privados e Estado, como se não houvesse uma relação recíproca entre ambos. Numa democracia onde o voto é livre (não como as que o Bernardino Soares gosta) o Estado só pode fazer aquilo que os privados o deixam fazer. Não é por acaso que sempre que se aproximam eleições há um "aliviar do cinto". O facto é que os empresários do "Compromisso Portugal", mentes iluminadas do sucesso, não se chegam nem se querem chegar à frente. Não apoiam nenhum partido, não criam um novo, limitando-se a apregoar uma série de banalidades conhecidas de todos.
Não há ideia mais errada que defender os empresários como autênticos poços de virtudes. Se é verdade que temos um Estado que funciona mal, dificultando a vida a muita gente, não é menos verdade que a nossa classe empresarial deixa muito a desejar. A falta de profissionalismo, a incapacidade de cumprir prazos, o protelar de pagamentos, o medo de arriscar e a falta de aposta na formação e motivação dos colaboradores não são culpa do Estado a não ser por permitir que tal aconteça.
A lentidão da Justiça, mais do que a carga fiscal estupidamente elevada, confere uma impunidade a quem dela se aproveita mas não a causa.
No entanto, há empresas portuguesas com sucesso a nível nacional e internacional, que competem dentro das mesmas regras que as outras. Há empresas estrangeiras que se implantam cá e que conseguem gozar do mesmo nível de sucesso.
O mal está no país como um todo e não apenas nos nossos governantes. Estes são apenas um reflexo de quem os elege.
Um blog de Joaquim Gagliardini Graça
sexta-feira, setembro 29, 2006
Os bons e os maus
quarta-feira, setembro 27, 2006
terça-feira, setembro 26, 2006
Notável
Não é fácil ser o convidado principal de um programa moderado por uma jornalista que parece saída das CERCIS. Aznar esteve igual a si próprio, respondendo sem rodeios a todas as questões e conseguindo manter um nível de atenção e simpatia invulgares durante as duas horas e meia(!!) de programa.
Azar temos nós em nunca ter tido um governante assim.
segunda-feira, setembro 25, 2006
Acho que depois disto ainda vamos ter que negociar um bocadinho mais
Mensaje de ETA en el día del guerrero vasco
"Euskadi Ta Askatasuna quiere hacer llegar su saludo más estrecho a todos los luchadores que os habéis reunido en este acto. El Gudari Eguna no es para nosotros una fecha para mirar atrás. Al contrario, con el ejemplo de los compañeros de lucha en la memoria y aprendiendo sobre el camino recorrido, este día tiene que servir para afianzar la lucha de hoy y mañana, tiene que servir para fortalecer el compromiso personal por la libertad de Euskal Herria. La lucha no es el pasado, sino el presente y el futuro.
Continuar, sin desistir, en la lucha por el camino ejemplar de los gudaris, nos llevará a ser un Pueblo libre. Hacer frente firmemente a la opresión que vive Euskal Herria es un trabajo imprescindible para garantizar la supervivencia de nuestro pueblo.
En este camino abrupto nadie nos va a regalar nada, la oportunidad de conseguir la libertad de Euskal Herria está en el corazón y en las manos de cada uno. Construiremos la independencia de Euskal Herria con nuestros actos diarios. Ese es precisamente el mensaje que ETA quiere haceros llegar hoy: Confirmamos el compromiso de seguir luchando firmemente, con las armas en la mano, hasta conseguir la independencia y el socialismo de Euskal Herria. ¡Tenemos la sangre preparada para darla por ella! ¡Lo conseguiremos!
¡Viva los luchadores vascos! ¡Viva Euskal Herria libre! ¡Viva Euskal Herria socialista! ¡Sin descanso hasta conseguir la independencia y el socialismo!"
Fonte: El Mundo
Dedicado a este e aos tontos do costume.
Por falar em emprego...
Karagounis tece fortes elogios à formação do Sporting
De parvo não tem nada, este rapazola grego.
domingo, setembro 24, 2006
sexta-feira, setembro 22, 2006
Amnésias
Convém relembrar aos mais esquecidos que o «golo da União de Leiria que entrou na baliza de Ricardo o ano passado em Alvalade e que um João Ferreira esverdeado decidiu anular, anormalizando e viciando assim o resultado», resultou de um cruzamento efectuado por um jogador que se encontrava em claro fora-de-jogo.
Fosse eu lampião (o que nunca poderia acontecer por motivos de educação, valores, princípios, ética, pertencer às elites, etc.) e andaria bem mais preocupado com o presidente do meu clube.
Atente-se:
"Eu não pedi nenhum favor a ninguém! Humm!? Humm!? Eu apenas opinei e dei a minha opinião pessoal! Repito: a minha opinião pessoal! Humm!? Humm!? Vocês hádem ver que o SLB nunca pediu nada a ninguém!"
sexta-feira, setembro 15, 2006
O futuro da imprensa escrita
A revista "Dia D" (suplemento do "Público") desta semana tem como tema de destaque o futuro dos jornais tradicionais, que têm vindo a sofrer quedas sucessivas e sustentadas nas vendas.
Acontece que, nos dias de hoje, as pessoas vão ficando cada vez menos dispostas a pagar por uma informação desactualizada, sendo que os jornais de distribuição gratuita servem perfeitamente o propósito de quem não tem acesso imediato a um televisor ou computador. Também não se tem verificado grande adesão às versões electrónicas por assinatura dos jornais tradicionais (como as do "Público" ou do "Expresso") pois o papel continua a liderar largamente as preferências dos leitores pagantes.
A salvação terá que passar, necessariamente, pela aposta em quatro vectores essenciais:
- desenvolvimento cuidado das notícias, contrapondo-se à superficialidade dos jornais gratuitos e da maior parte dos media electrónicos;
- aposta no jornalismo de investigação, abdicando do recurso excessivo a agências noticiosas;
- colunas de opinião exclusivas;
- marketing agressivo, acrescentando valor ao próprio jornal através das já vulgares campanhas como as de oferta de dvd's e livros (entre outros) gratuitos ou a preços aliciantes, levando o comprador a encarar a aquisição de um jornal como um bom negócio.
quinta-feira, setembro 14, 2006
Em defesa da competitividade
Devido a inconstitucionalidade
Caso Apito prestes a ser anulado
Se se acabasse com a corrupção desportiva acabariam por ganhar sempre os mesmos.
Parece-me uma medida da mais elementar justiça. Só tenho pena que não se estenda a outros ramos de actividade.
Produtividade
Perco dias inteiros atrás de clientes com o intuito de lhes cobrar o que me devem, fruto do meu trabalho, tempo e dinheiro investidos.
Assim, não há produtividade que resista.
quarta-feira, setembro 13, 2006
terça-feira, setembro 12, 2006
segunda-feira, setembro 11, 2006
9/11
Tão importante como relembrar os atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001 é não esquecer que a guerra continua.
Schumacher
sexta-feira, setembro 08, 2006
Obrigado
«E curiosamente no documento a que tive acesso [ Público] e que digo sob minha palavra de honra, que não li o documento todo, aquilo é muito papel e muita confusão para a minha cabeça tive a nítida sensação de que houve jogos falseados em Portugal.»
«O Benfica não tem também nenhum empresário a sondar árbitros a servir de motorista deles e para não dizer outras coisas como transportá-los aos hotéis com a respectiva "fruta".»
E termina com mais uma pérola:
«É difícil ver uma figura como eu que não tem rabos de palha.»
Para que fique registado
O problema de Pete Sampras não era a esquerda cruzada, em slice, em half-volley e na passada como diz o Nuno Miguel Guedes. Quem seguiu com um mínimo de atenção o circuito ATP sabe que Sampras sempre teve dois dramas.
O primeiro foi a esquerda batida em top-spin do fundo do court, derivada do facto de ter passado a bater a pancada a uma mão quando se fez homem, tendo percebido que qualquer jogador que procurasse uma carreira gloriosa no ténis moderno não podia ter esse tique amaricado das duas mãos (o Agassi não conta).
O outro drama era a sua manifesta incapacidade de manter uma bola dentro do court em pontos longos, especialmente na terra batida onde o serviço não é tão decisivo e a paciência é uma virtude.
Quanto ao Nadal, tão do agrado do maradona, é uma mistura de Thomas Muster com Michael Chang. O talento não abunda por aí além, mas com a força do primeiro e a capacidade de lutar até à morte por qualquer ponto do segundo lá vai levando a água ao seu moínho, i.e., vai ganhando torneios em terra batida e um ou outro noutra superfície em que o Federer (de longe o melhor e mais completo jogador de todos os tempos) não entre ou esteja com os intestinos de tal maneira desgovernados que consiga pintar as linhas do court à pistola.
Isto, claro, até ao dia em que o Federer (de longe o melhor e mais completo jogador de todos os tempos) se fartar e fizer uma aposta séria para ganhar em terra batida.
Acreditem nesta modesta opinião de um gajo que aos oito anos já tinha ténis para vos dar uma tareia em simultâneo e que só passou ao lado de uma grande carreira porque aos dezasseis optou, muito inteligentemente, pelo álcool.
Não é por acaso
Apito Dourado: escutas apanharam Luís Filipe Vieira a escolher árbitros para o Benfica
É nestas alturas que se vê a diferença entre esta corja toda e um clube dirigido por gente que não entra nem se revê nestes filmes.
As vitórias sem trafulhices, mesmo que muito difíceis e menos frequentes, são muito mais saborosas.
quinta-feira, setembro 07, 2006
Palavras
Este post, no Tomar Partido, descreve bem o que se vai passando nesta Europa assustada e cobarde em que vivemos.
Numa altura em que os estados discutem o problema da relação entre segurança e as liberdades individuais dos cidadãos, facilita-se a vida aos que devem ser mais controlados. O que afirmo não é fanatismo, racismo ou uma tentativa de colocar todos os muçulmanos no mesmo saco. Infelizmente, não conseguimos distinguir os "bons" dos "maus", talvez porque os "bons" não se manifestam nem ajudam a limpar o nome das suas comunidades.
O medo que esta gente provoca tem outra designação muito em voga: multiculturalismo.
quarta-feira, setembro 06, 2006
Os verdadeiros "entertainers"
Causas perdidas
Aproveitar a passagem das FARC pela Festa do Avante e pedir-lhes a libertação dos sequestrados na Colômbia é tão útil como pedir ao Hezbollah que deponha voluntariamente as suas armas e liberte os soldados israelitas. É altamente improvável, mas não impossível.
Já a mera ideia de sugerir ao PCP que participe neste movimento é como pedir a Marques Mendes que cresça meio metro ou a Luís Filipe Vieira que aprenda a falar português.
terça-feira, setembro 05, 2006
Isto andava muito calmo
Regresso em força da modéstia e inteligência num post pleno de interesse e actualidade.
Foda-se!
sexta-feira, setembro 01, 2006
Esperteza saloia
"O Governo pretende reduzir a circulação semanal de táxis nas cidades de sete para seis dias, com o objectivo de fazer baixar as emissões de dióxido de carbono."
Ao invés de apostarem na renovação das frotas de taxis, compostas na sua maioria por Mercedes importados com 15 ou mais anos, optam por substitui-los aos Domingos por carros particulares, lesando, mais uma vez, os privados que operam no ramo.
Já a redução da velocidade nas auto-estradas de 120km/h para 118km/h só pode ser encarada como uma brincadeira de gente muito bem disposta.
Se querem mesmo resolver o problema do dióxido de carbono, podem começar por substituir a frota de carros do Estado, composta por máquinas de alta cilindrada, por Toyota Prius, substancialmente mais baratos e incomparavelmente menos poluentes.
Haja vergonha.
Passividade?
Escreve o Bruno Alves que "Pacheco Pereira critica (e bem) a generalizada passividade com que o novo passaporte electrónico foi encarado na comunicação social".
Devo referir que vi o assunto tratado em todos os diários e semanários de referência bem como na Visão de há 2 semanas atrás. Todos os telejornais da RTP, SIC e TVI apresentaram reportagens, entrevistas e até uma conferência de imprensa do ministro António Costa. Chegaram inclusivamente a mencionar eventuais falhas na segurança do novo passaporte, com entrevistas a um perito alemão em segurança.
Quanto à problemática da dicotomia segurança/liberdade, esta é uma questão de opinião e não de informação.
Sinceramente, não compreendo a crítica.