A sondagem da U.Católica realizada nos dias 12 e 13 de Fevereiro para o PÚBLICO, RTP e Antena 1 apresenta os seguintes resultados:
PS - 46% (118 a 124 deputados)
PSD - 31% (80 a 84 deputados)
CDU - 7% (8 a 12 deputados)
BE - 7% (8 a 12 deputados)
CDS - 6% (6 a 10 deputados)
Cenário A - Vitória do PS com maioria absoluta
O país terá que levar com o Eng.º Sócrates e toda (ou quase toda) a equipa que fugiu em 2001 por mais 4 anos.
Irão ser criadas compensações sociais extraordinárias nas pensões, as quais não podemos chamar de aumentos porque parece mal. Estas serão apenas para o regime não contributivo. Quem trabalhou e descontou não irá beneficiar delas. Não sabemos com que dinheiro irão ser pagas.A idade da reforma dependerá dos estudos que irão ser feitos.
Milhares de estágios serão pagos e subsídios multiplicar-se-ão na ânsia de criar falso emprego.
O choque tecnológico está por explicar.
Não haverá baixa nos impostos. Os benefícios fiscais são para voltar em 2006. Daqui pode-se concluir que as taxas de IRS terão que ser aumentadas.
A lei do arrendamento manter-se-á impedindo o desenvolvimento de um mercado imobiliário saudável.
As SCUTS serão para manter não se sabendo com que dinheiro as pretendem pagar. São 500 milhões de euros este ano e 700 milhões anualmente daqui para a frente até 2023. O critério de desenvolvimento das regiões não pega. Porque não uma SCUT a atravessar o Alentejo (que bem precisa de ajuda) em lugar da barbaridade que pagamos na A2?
Obras megalómanas como o novo aeroporto na OTA voltarão a estar na agenda. O projecto do TGV será alterado outra vez.
A função pública diminuirá ao ritmo de entrada de um funcionário por cada dois que saem. Não explica que as pensões pagas aos que saem mais a entrada deste novo funcionário irão custar muitas centenas de milhões de euros. Cada contratação gerará uma nova despesa. A economia (já de si pouco saudável agora) estará completamente arrasada em 2009 e a recuperação que agora se começa a revelar recuará.
Dado o precedente criado por Jorge Sampaio ao desfazer governos apoiados numa maioria estável parlamentar, será previsível que Cavaco Silva (entretando PR) faça o mesmo, argumentando falta de vontade de reformar o sistema político por parte do governo.
Cenário B - Vitória do PS com maioria relativa e esquerda com mais votos que PSD e PP juntos
Acordos de governação com CDU e BE parecem pouco prováveis mas não podemos excluir a sua celebração.
Não havendo acordos de governação, o PS terá que governar em minoria. Acordos parlamentares serão feitos pontualmente com a CDU e o BE.
Cavaco Silva (entretanto o novo PR) convocará eleições antecipadas alegando falta de estabilidade política para se efectuarem reformas profundas no Estado.
No entanto, não há garantia que o PS queira ser governo nestas condições, o que deixará o país numa situação sem saída pois a direita não governará em minoria. Neste caso novas eleições terão que ser convocadas.
Cenário C - Vitória do PS com maioria relativa e direita com maioria absoluta parlamentar
Não existirão acordos possíveis quer ao nível de governação quer ao nível parlamentar.
Cavaco Silva (entretanto o novo PR) convocará eleições antecipadas alegando falta de estabilidade política para se efectuarem reformas profundas no Estado.
No entanto, não há garantia que o PS queira ser governo nestas condições, sendo as únicas alternativas a esta situação o regresso da maioria de direita ao governo ou a convocação de novas eleições.
Eu aposto que o resultado das eleições do próximo dia 20 cairá dentro do Cenário B.
Seja como for, qualquer dos cenários é claramente pior que o que tínhamos antes da dissolução da AR.
O país agradece-lhe o patriotismo, Dr. Sampaio.
Um blog de Joaquim Gagliardini Graça
quinta-feira, fevereiro 17, 2005
Cenários prováveis
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