Como em qualquer país terceiro mundista que se preze, a opção pela construção de uma grande obra em Portugal baseia-se mais em aspectos laterais do que no verdadeiro propósito que a determina.
Alguém decidiu (não se sabe bem quem nem quando) que Lisboa precisa de um novo aeroporto.
Para azar do decisor, Lisboa acha que o que tem no presente serve razoavelmente a cidade e poderia até servir na perfeição no futuro, não fossem o desleixo, desorganização e incompetência de quem o gere e explora.
Como Lisboa não colabora, os mentores da grande obra viraram-se para um novo desígnio que lhes trará a desejada aclamação: o país.
O desenvolvimento do país ficará irremediavelmente comprometido se não se construir um novo grande aeroporto que o sirva, isto apesar de já contar com um a norte e outro a sul que poderiam ser verdadeiros pólos de desenvolvimento se não existisse uma entidade chamada ANA que não se digna a desenvolvê-los logística e comercialmente.
Mas, afinal, descobre-se que não é só o país que precisa de um novo aeroporto. A ANA, empresa pública que detém o monopólio da gestão dos aeroportos nacionais, está prestes a ser privatizada. Como tal, será também peça fundamental no processo decisório que terá, necessariamente, que incluí-la nas contas.
Mas a coisa não acaba aqui. Existe ainda um interessado directo que também será privatizado em breve e que terá uma palavra importante a dizer pois sabe-se que não terá a vida fácil se for obrigado a concorrer no mercado livre: a TAP.
Depois ainda temos, entre muitos outros, autarcas e regiões a precisar do emprego que a megalomania irá criar, construtoras e empreiteiros para alimentar e ilustres donos de terrenos para indemnizar.
Lisboa? Que se lixe.
Um blog de Joaquim Gagliardini Graça
quarta-feira, janeiro 16, 2008
Avanti
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