No outro dia uma amiga dizia-me que ter saudades é bom. Respondi-lhe que não é bem assim . Saudades boas são as que podemos matar, mais cedo ou mais tarde. Ela concordou e seguimos a nossa conversa. Tinha saudades de Lisboa. Tinha saudades dos meus amigos e amigas, da minha família (que ainda não vi toda), dos almoços aqui por perto, dos jantares com amigos, do ginásio, dos cafés e conversas no Adamastor, da minha casa, da internet, da TV Cabo, dos eléctricos, taxis, autocarros, lojas e de toda a confusão de uma grande cidade que, por acaso, me parece cada vez mais pequena. Já matei algumas e ainda tenho muitas por matar. Quero sair à noite no Bairro Alto, quero ir ao Jamaica, ao Lux, ao Meco, ao cinema, ao teatro e tudo o que tenho direito. Já tenho saudades do Algarve, das pessoas que conheci lá este ano, das que já conhecia e fiquei a conhecer melhor, do meu amigo Andreas a dizer "Fuck", "Cool" e "Schmutzik", das festas, da água morna, das noites sem camisola. Sexta volto para lá. Entretanto, amanhã vou matar saudades da terra em que vivi nos últimos cinco anos, da minha família, de mais amigos, da primeira discoteca que fui na vida e que faz anos.
Era tão bom se pudéssemos passar a vida a matar saudades, não era??
Um blog de Joaquim Gagliardini Graça
quarta-feira, agosto 25, 2004
Matar saudades
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