Leio hoje no Público que Jorge Sampaio só poderá aceitar Santana Lopes como primeiro-ministro se forem apresentadas garantias excepcionais.
Citando o dito pasquim: "O Presidente da República informou ontem o primeiro-ministro de que o nome de Santana Lopes só poderá ser aceite com garantias de continuidade muito fortes em relação às políticas centrais do governo. Sampaio destacou, no encontro de ontem de manhã com Durão Barroso, que são particularmente importantes as garantias dadas em relação a áreas sensíveis como a política europeia e a política externa, as políticas de estabilização financeira e de rigor orçamental, a política de defesa nacional e as políticas de justiça".
Mais uma vez me apercebo que é preciso ter muito cuidado quando se vota em alguém para PR.
A função do PR não é assegurar a continuidade das políticas do governo.
O que se espera do PR é que assegure que o programa eleitoral do partido que ganhou as legislativas seja cumprido. Isso sim, dar-lhe-á legitimidade para aceitar ou não alguém indicado para primeiro-ministro. É a tal garantia de cumprimento das promessas eleitorais que todos, incluindo o PR, já se parecem ter esquecido.
Não gosto de alguém que julga outros à priori e sem os consultar. Sampaio tem mostrado em todo este processo uma parcialidade que não se adequa ao cargo para o qual foi eleito.
Toda esta situação só vem reforçar a ideia que este regime, semi-presidencialista, não serve os interesse de ninguém a não ser o de quem ocupa o cargo,i.e., a "rainha".
Apesar de todos os seus defeitos, venham os regimes francês ou americano...
A quantidade de barbaridades que têm sido ditas e escritas nestes últimos dias não me tem espantado.
Toda a oposição quer eleições antecipadas, achando que tem uma forte hipótese de as ganhar, fazendo bandeira da derrota da coligação nas europeias e retirando legitimidade aos votos das legislativas.
Compreendo agora que quando voto estou sempre a votar em legislativas.
Por lapso meu, não votei nas europeias por acreditar que se tratava de eleger membros para o Parlamento Europeu.
Não voltará a acontecer...
O que complica seriamente a missão do PR é, apesar da sua forte vontade de convocar eleições, olhar para a miséria que é a oposição e compreender que se Santana Lopes for a votos terá altas probabilidades de ganhar!
E nem os pachecos, marcelos e freitas deste país têm legitimidade para criticar o sistema pois andam dentro deste, pactuam e vivem à sua custa há tempo demais...
Um blog de Joaquim Gagliardini Graça
quarta-feira, junho 30, 2004
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