O silêncio da oposição em relação à forjada licenciatura de José Sócrates só pode ser justificado pela existência de casos semelhantes nos outros partidos. A promiscuidade entre a política e o ensino superior privado, vai muito além de alunos, professores e canudos. É a propriedade das próprias cooperativas e a atribuição das licenças que levantam as maiores suspeitas.
Independentemente das justificações que possa vir a dar, a credibilidade do primeiro-ministro está ferida de morte pelo silêncio das últimas semanas em relação às acusações que lhe têm vindo a ser feitas, às confusões e mentiras provadas por factos.
Por vivermos num país com uma percentagem assustadoramente baixa de licenciados, em que os títulos fazem realmente diferença no tratamento recebido, quer seja no trabalho, quando vamos ao banco ou na mercearia da rua, a inveja mesquinha do povo gera o tradicional sentimento desculpabilizante em relação ao nosso primeiro-ministro. É o conforto dos iliterados que vêem no governante um seu semelhante, desvalorizando a formação e o conhecimento como factor de sucesso profissional e a mentira como inevitabilidade de um povo habituado a viver na mediocridade.
Quando perceber que é imperioso investir na educação pelas razões certas e não pela obtenção de qualquer canudo como factor de prestígio ou de acesso a determinado lugar, talvez o país acorde para uma vida que lhe foge a cada minuto que passa.
A maneira como Cavaco Silva vier a tratar este assunto revelar-se-à um bom indicador do que nos espera.
Um blog de Joaquim Gagliardini Graça
terça-feira, abril 10, 2007
Telhados de vidro
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