Se há coisa que se pode depreender do caso BPN é que a ignorância reina de forma transversal e é motivo de orgulho entre as elites da república.
Ficámos a saber que Dias Loureiro, que nada percebe de contabilidade e que está longe de se considerar um homem rico, tentou, na sua ignorância e antes de um jogo de golfe com o rei de Espanha, avisar um senhor intelectualmente superior do Banco de Portugal que, infelizmente e apesar do esforço, não percebeu o que o ignorante lhe quis dizer.
Ficámos a saber que Vitor Constâncio, portador de um penteado invejável do tipo piscina de ondas e de plena autonomia remuneratória, também nada sabia, apesar de ter perguntado várias vezes aos bandidos se estes lhe forneciam voluntariamente informações acerca das ilegalidades que andavam a cometer.
Ficámos a saber que a culpa não é da supervisão pois esta, apesar de nunca se ter queixado, tem as mãos atadas pela lei e pela falta de meios.
Pelo meio, o pior ministro das finanças da Europa, autor de um de um conto de fadas orçamental e responsável máximo da CMVM à altura, teve a gentileza de nos informar que também não desconfiou de nada e aproveitou para nos comunicar que somos agora orgulhosos donos de um banco afundado em dívidas que ainda ninguém soube calcular.
Um blog de Joaquim Gagliardini Graça
terça-feira, novembro 25, 2008
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2 comentários:
Vê lá se o Sindicato não percebe que estás a ser irónico...
Pois, é preciso cuidado.
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